sábado, 22 de novembro de 2014

Medicina Digital

         A American Heart Association inicia o seu caminho pela modernidade. Enfim reconhece o poder das novas mídias e assume que novas tecnologias serão capazes de oferecer muito mais conhecimento, por um preço muito menor. 
             Grandes coortes como a de Framingham, estudo que acompanha pacientes por muitos anos, podem se sofisticar, se passarem  a se utilizar de uma nova tecnologia conhecida como Big Data.  Esses dados passam a ser obtidos do smartphone de cada participante do estudo.
             Esse é um grande e corajoso passo em direção a estudos mais complexos. Pode se aumentar o número de variáveis aproximando o laboratório da vida real.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Exponencial Medicine 2014

                       Dentre tantos questionamentos deixados ao final de cada conferência, chamou muita atenção a importância crescente dada a flora microbiota.
                        O ser humano tem mais células bacterianas do que teciduais próprias. Estas células são responsáveis pela metabolização de diversas substâncias, que vão interferir de forma definitiva no funcionamento de todos os órgãos. Um bom exemplo disso é a constatação publicada recentemente da relação de uso de adoçantes artificiais e resistência à insulina. 
                   Foi comentado então qual estudo genético seria o mais importante a ser feito no momento, o genoma ou o microbioma? Medicina personalizada. 

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Transplante Fecal

         Com resultados promissores, uma pequena cápsula com fezes será provavelmente uma terapêutica muito utilizada em um futuro próximo, pois se propõe a resolver condições muito comuns entre nós e que desconhecíamos as causas. Muitas vezes a queixas são ansiedade, sobrepeso e inchaço. Na verdade, sempre que examinamos pacientes que apresentam uma combinação de síndrome do cólon irritável, fibromialgia, alergias ou alteração de comportamento, devemos pensar que pode ser um desequilíbrio da flora intestinal.
       O que desequilibra a nossa flora intestinal é o uso de antibióticos, alimentos sem fibras, aditivos de alimentos industrializados etc. E como resultado teremos morte de bactérias que nos beneficiam e crescimento de bactérias que nos fazem mal. Assim, ganhamos peso, adquirimos infecções e doenças crônicas.
       Cinco sinais que sugerem desequilíbrio da flora intestinal. 1- Depressão ou ansiedade. 2- O desenvolvimento de alergia a alimentos. 3- Síndrome do cólon irritável ou edema crônico. 4- Ganho de peso. 5- Alergias sazonais ou asma crônica.
           Ao contrário do que se pensa o intestino é um órgão conhecido como segundo cérebro. Nele são produzidas 80% da serotonina do organismo. O intestino está envolvido nos distúrbios de comportamento, nas alterações de memória e concentração.
      Já dá para refletirmos bem sobre a nossa próxima refeição. Mais ainda sobre a utilização indiscriminada que fazemos de antibióticos. Essa informação muda também a forma como abordamos   condições patológicas antes tratadas exclusivamente com sintomáticos. É uma maneira diferente e nova de entender e tratar os pacientes. 

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Extrapolando Foucault

              O trabalho é a maior causa de stress crônico da população. O stress crônico está relacionado com todas as doenças da fase adulta. Conclui se portanto, que o trabalho é o grande responsável pela perda da saúde de grande parte do povo.
               Suponho que seja por isso que a França limitou o período de 6 h como o máximo de tempo de trabalho por dia. E tem como companheira de atitude a Alemanha, que é país top da Europa e do mundo.
           Os EUA exportou para a China as suas piores colocações e assim exportou um custo em  cuidados de saúde significativo.
             O termo saúde do trabalhador ainda em vigor leva em consideração parte desta verdade e ocupa lugar singelo dentro do que foi descrito por Michel Foucault e sua postulação de controle. A visão moderna não é exatamente contraditória, mas extrapola muito.
           
                

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Depósitos

                  Tem que haver um sentido mais amplo quando se cria uma unidade de saúde, qualquer que seja ela. Os serviços devem ser configurados pelas pessoas que vão trabalhar no local em consonância com os usuários. Os objetivos devem ser reavaliados sistematicamente e de forma transparente.
                  Não dá mais para seguir as decisões de gabinete, pelas quais ninguém se envolve. Essa é a fórmula dos depósitos nas quais se encaixam grande parte das unidades hoje. Metas e meritocracia não resolvem, apenas estressam o sistema, até que sejam abandonadas.
                   Ainda não há quem pense a saúde de forma avançada e diferente de tudo que temos aí. E o que temos não é satisfatório para ninguém.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

A cartilha do FMI

             A Europa está triste. Triste, pois desde o início da crise de 2008 vem seguindo a austeridade exigida pelo FMI, àqueles que recorrem aos seus empréstimos.
              Assim sem perspectiva resta pouco para se fazer. Os sonhos e as esperanças se esvaem. Fica apenas a crueza da vida a ser levada.
               O Brasil está sob o risco iminente de ir pelo mesmo caminho. O programa neoliberal é a cartilha do FMI. Ela visa uma suposta segurança aos investidores, que nada mais é do que um ajuste da vetoração de circulação da riqueza no sentido dos grandes conglomerados financeiros.
                A Grécia, apesar de já equilibrada, paga com desemprego de 50% de sua população mais jovem. Será que vale a pena ?

domingo, 12 de outubro de 2014

Invisíveis

     Pesquisa norteamericana sobre a influência da sociedade nas decisões políticas, por parte tanto do executivo, quanto do legislativo evidenciou que somente as grandes empresas financiadoras de campanha possuem ascendência sobre os mesmos. 
       Isso mostra porque os debates feitos em qualquer esfera não tem nenhum impacto sobre as políticas públicas e explica em parte o desinteresse das pessoas em participar dessas discuções.
       Pior que isso, isso mostra que as decisões políticas estão todas lincadas aos interesses financeiros e talvez, exclusivamente.
       Em outras palavras, se não estamos inseridos em nenhum conglomerado financeiro, no alto escalão é claro, somos invisíveis e as nossas discussões são exercícios estéreis.

sábado, 20 de setembro de 2014

Retomando

      O processo de retroalimentação, que mantém o equilíbrio do sistema é chamado de alostase. Sob carga elevada de stress, ocorre uma série de alterações deletérias, que vão redundar como causa e consequência. Esses eventos, dentro do que se sabe até hoje, estão relacionados a uma sobrecarga de glicose, que vem pela descarga de cortisol associado a dieta desequilibrada repleta de carboidratos industrializados de absorção rápida, que no final vão determinar elevados picos de insulina.
      O resultado disso é placa aterosclerótica, calcificação tissular, câncer, alterações imunológicas, inflamação crônica. E o pior é que durante muitos anos estes processos não tem expressão dentro do escopo procurado pelos clínicos até hoje, o que faz com que nada seja feito até que se constitua em uma entidade nosológica descrita, catalogada, inserida no CID.
          Assim vivemos nos preparando para a debacle da saúde por desconhecimento de causa tão simples de entender e que hoje está descrito e muito bem fundamentado na literatura. 

domingo, 13 de abril de 2014

Revisão não programada.

               Uma grande oportunidade nesta semana, mais especificamente na quarta, 9 de abril. Houve uma reunião em São Paulo, encontro dos ex alunos da Singularity University. Muito interessante, ótimo encontrar os amigos e fazer novos. Nem todos conseguiram transformar em prática, mas todos ainda cultivam seu sonho.
                 Excelente ouvir o Gilberto Dimenstein animado como um adolescente para falar do seu projeto mais que vitorioso, catraca livre, mas ainda mostrar em primeira mão um segundo projeto para os pontos de ônibus.
                  É música, é sintonia, flui com naturalidade entre pessoas que colaboram e aprendem. É um novo gás para continuar, tocar o projeto com novos referenciais e objetivos.
                 

segunda-feira, 17 de março de 2014

Games.

           O diagnóstico obedece à teoria dos sistemas. Situações mais complexas, como paciente em UTI são sistemas dinâmicos. Os Games são escritos da mesma forma. Os diagnósticos e as diversas condições fisiopatológicas podem e devem ser escritos na linguagem dos games. Permitem que as pessoas comuns compreendam com maior facilidade e, mais do que isso, demonstram a lógica da função, retirando do intangível a responsabilidade pelo que está acontecendo.
                O software já está escrito. É conhecido como Watson da IBM. Classificado como computação cognitiva, aprende conforme vai sendo usado. Já é considerado imbatível, assim como aconteceu quando o computador passou a vencer os jogos de xadrez. 
                Visto desta forma há uma desmistificação do ato médico. O paciente passa a ser responsável pelo que está acontecendo com ele. O médico sai deste período de penúria, onde é chamado a responder por todos os problemas do paciente, devendo se comportar como um sacerdote. Termina aí qualquer possibilidade de se atribuir ao médico a responsabilidade sobre a doença e imobiliza todas as tentativas de exploração da presença e do trabalho do médico.

domingo, 16 de março de 2014

Saúde é pressuposto, consequência e indicador de uma sociedade sustentável.

                 Não só a saúde, mas também a segurança, a educação e muitos outros como a mobilidade urbana, etc são valores a serem perseguidos em função da sustentabilidade, que é em última instância,  indicador de felicidade, único valor universal incontestável.
                   O grande problema é que as políticas públicas não contemplam esse raciocínio e abertamente atuam exclusivamente na expressão clínica, ou seja nos sintomas. Por isso não funcionam. Os próprios gestores reconhecem que há deficit infinito em qualquer área e que praticamente todos os leitos que forem abertos serão ocupados.
                     Portanto é um problema, cuja abordagem atual não comporta solução. Isso favorece muito aos interessados no poder político e financeiro, mas é motivo de frustração da população e dos profissionais das diversas áreas envolvidos, pois se tornam ferramentas dessa perpetuação do atraso.O exemplo recente de importação de mão de obra de uma ditadura que instrumentaliza os seus profissionais é um exemplo histórico. A importação de profissionais explorados como escravos, sem saúde e oriundos de um ambiente triste vai deixar as suas marcas
                    A revista The Lancet publica a síntese da reunião de pensadores, no exemplar de 16 de fevereiro de 2014, volume 383, página 630. The Lancet-University of Oslo Commission no Global Governance for Health. É uma publicação bastante corajosa, mas que vai atingir muito poucas pessoas devido ao seu caráter acadêmico. Vale a pena o esforço para a leitura.
                     

sexta-feira, 7 de março de 2014

Opressão.

           A maior ferramenta para manutenção da opressão é a ignorância. Acreditar que tudo pode acontecer, que do nada, de repente podemos desenvolver uma doença, ou sermos vítimas de acidentes, deixando a saúde em plano intangível, sujeita ao acaso.
          Existe muito interesse por trás disso. Interesse político para controle social. Interesse financeiro, que mantém indústrias de planos de saúde, de hospitais, farmacêuticas, etc. Interesse religioso, explorando o momento.
             Desta forma todos nos tornamos vítimas a serem alcançadas por algum procedimento que traga retorno aos interesses. E são negados à população conhecimentos que simplificariam muito a vida das pessoas, além de permitir que escolhas fossem feitas, livrando da condição de oprimido.
                 O empoderamento da população significa superar a ignorância. Isso acaba de vez com todo esse equívoco vislumbrado hoje no sistema de saúde e vai muito mais além.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Tutela.

       Quem tiver interesse em entender melhor o significado da medicina na civilização moderna deve recorrer a Foucault e seus estudos sobre os mecanismos de controle da sociedade. Poderão entender melhor atitudes tais como políticas públicas conhecidas como mais médicos, bolsa família, minha casa minha vida, etc.
          Escondemos demônios de magnitudes intangíveis por trás de aparentes boas intenções. O objetivo, como já dissemos é o controle da sociedade. E muitos acreditam que existam aqueles com capacidade de administrá la. Ledo engano. Ignorância na sua mais rude expressão.
          Trabalhar para uma sociedade melhor. Por uma civilização avançada, significa dar poder ao povo. Significa dar educação e deixar que cada um escolha o que é melhor para a sua comunidade e para ele mesmo. A era do Salvador já passou há muito e deixou isso que está aí. Não resolveu.
             Surge a sociedade em rede. Sem tutela.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Bolsa de valores.

                 O que parece uma inocente prática para ganhar algum dinheiro, sustenta todo tipo de atitude criminosa e negativa da humanidade.
                         Você se acredita um homem do bem, movido pela fé em todos os princípios da civilidade. Pratica a compaixão e ajuda sistematicamente a todos que o procuram, transformando a vida destas pessoas em virtude. No fim do dia você tem um descanso merecido e dorme com a sua consciência levitando de tanta bondade.
                         Mas você recebeu um bônus no seu serviço, ou uma herança, uma soma não esperada, que você nem sabia o que fazer com aquilo, mas via a possibilidade de diminuir seu trabalho e cuidar mais de você. Procurou aquele amigo do mercado financeiro, que você encontrava nas reuniões do grupo de ajuda, muito solícito. Ele recomendou papéis diversos, um combinado de ações que renderiam um bom dinheiro, todas empresas de primeira linha.
                            Bancos, grandes construtoras, planos de saúde, gigantes do varejo, agronegócio, petróleo, etc. Você passou a ser sócio dessas empresas e ganhou dinheiro.
                           E naquelas noites de sono merecido, subitamente vem um pesadelo. Sonhou que você financiava o tráfico de drogas em países emergentes, era o maior financiador de eleição de políticos corruptos, colaborava para o desastre da saúde pública e explorava a desgraça no sistema privado. Aproveitava do trabalho escravo, destruía o meio ambiente pelo lucro fácil, tomava terra de pequeno proprietário e se lambusava nas manipulações políticas que mantinham combustíveis fósseis como a principal fonte de energia do mundo.
                          Mas quando acordou, viu que tinha sido só um pesadelo, lembrou de ligar para o amigo das ações, pois morrera uma joven  miss em uma manifestação na Venezuela, que comoveu o mundo. Provavelmente o governo iria cair, mas independente disso o petróleo iria aumentar de preço, valia a pena investir. Depois, deu continuidade a sua vida tranquila, orientada para o bem.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Economia

               Ainda há quem acredite que a saúde vai mal porque não há profissionais das áreas administrativa e financeira atuando. Ledo engano. Se assim fosse, o grupo que conta com administração feita por uma instituição super respeitada no meio financeiro, seria exemplo para todos, mas não é.
                       Na verdade estamos em meio a uma crise não muito bem esclarecida, que estourou em 2007 e afetou os países mais ricos. Países onde sempre foram e ainda continuam sendo formados os ganhadores do prêmio Nobel. Estes acadêmicos não foram capazes de resolver os grandes problemas até hoje e se esmeram em manter as grandes fortunas através de modelos desenhados no século passado, por economistas a serviço da elite. O mundo muda, mas os modelos não.
                     O colapso do sistema de saúde deve muito a esse seguimento que exportou práticas como cortar custos, idéias relativas a custo benefício, produtividade, que não funciona nem no comércio ou indústria, mas que quiseram que funcionasse na saúde. E o médico, que não entende nada disso, fala cheio de pompa, mas o que isso agrega ?
                        

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Plasticidade

       Esse é o termo que demonstra a capacidade de transformação contínua do cérebro em busca de uma melhor expressão de seus impulsos, que aparentemente atuam sobre as sinapses. Mas essa talvez seja só parte da explicação, ou signifique apenas o que se refere a neuroplasticidade.
      Numa visão mais ampla, a expressão deste fenômeno pode significar diversas alterações do genótipo e fenótipo. Para entender melhor, se eu me empenho no que estou fazendo e tenho atenção expresso tranquilidade e beleza. Minhas reações celulares consoantes com o que aparento estão harmônicos. Meu DNA sintetiza as proteínas corretas e não expõe gens próprios de doenças.
        Na prática, precisamos de paz de espírito e de acreditar que tudo vai dar certo. Desta forma, o nosso cérebro se movimenta o tempo todo e não ficamos doentes.
           

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Subclínica.

        São inúmeras evidências. Inflamação crônica, geralmente subclínica vai terminar com doença grave. E de qualquer natureza, seja cardiovascular, seja pulmonar, gastrointestinal e muitas vezes câncer.
        Com o advento da vacinação do idoso para influenza diminuiu drasticamente a incidência de acidentes cardiovasculares nesta população. Isto, porque estes eventos geralmente ocorrem neste contexto. A inflamação aguda descompensa o inflamado crônico, levando a ocorrência de eventos graves, tais como o infarto ou AVC.  
           E independente destes eventos, a inflamação expõe os genes e assim aparecem as outras doenças específicas. O problema é diagnosticar essas condições subclínicas. Isso é um grande desafio.
            

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Porque inovar ?

       O ser humano sorri diante do inusitado que trás sensações prazerosas. E o seu semblante é de êxtase.
       É muito comum ver isso em apresentações de teatro, nos filmes, shows de música, em exposições artísticas e no esporte. E apesar do novo ser sempre estressante, nestes casos um segundo plano imediato pacifica a primeira impressão, certamente adrenérgica, envolvendo como mágica receptores alfa e beta, trazendo aquela inspiração profunda que se traduz em um sorriso orgástico.
    Um exercício eletroquímico com clímax ponderado pela segurança, não de um acerto, mas de expressão de vigor pelos novos horizontes desvendados.
   E inovando estabelecemos novos relacionamentos suportados por valores sustentáveis, que respeitam modelos que agregam, onde a história de cada um é muito importante. Não há mais líder, não há mais ícone e a sabedoria é vivida e não ensinada.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Ponto de inflexão

       A quebra do status dos médicos e a forma como estes vem sendo tratados pela imprensa e pela população tem uma conotação muito mais complexa. Deve ser lida como parte da emancipação política que acontece no mundo em função das novas tecnologias e da melhoria da condição financeira.
       Entendendo a saúde como bem estar psicológico, social e físico só pode ser alcançado na medida em que haja melhores condições de consumo. Daí também, a compreensão do consumo como atividade libertadora e não o contrário como querem fazer crer os pensadores arcaicos.
         Neste raciocínio, o que parece a princípio ruim é apenas uma fase de transição. A médio prazo haverá maior compromisso da população com a sua própria saúde, mudando totalmente as características da atitude médica, finalmente assumida como consultora e não como definidora de condutas.
      E como evolução política vai mandar de volta para casa todos que exploram a ignorância   involuntária para obter vantagens.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

foto

                   
           Matizes de diversos espectros surpreendem e embelezam a vida num feliz final de tarde.
        

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Todo dia é dia mundial da saúde.

     Estranho como no dia mundial do câncer, vemos pouquíssimos, ou quase nada sobre o que já há de evidência científica, quanto aos hábitos que vão contribuir para que as pessoas não venham a sofrer com essa doença. Contribuir porque não são suficientes, pois além deles, devem ser afastadas todas as formas de inflamação, que muitas vezes são imperceptíveis.
      Não esquecer que além disso, todas as mães tem que ser muito bem acompanhadas, mesmo antes de ficarem grávidas. Todas as crianças devem ser acompanhadas desde sempre para que não sofram traumas e evoluam com o stress pós traumático, que será determinante no desenvolvimento de doenças, inclusive câncer.
    Mas assumir isso significa muito mais do que combater uma doença, significa entender o mundo como um lugar bom. E bom para todo mundo. Se conseguirmos melhorar a qualidade de vida da população, tudo muda, começando pelas doenças. Não tem segredo.
       

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Digitalizou, apareceu.

       Seguindo o modelo macroeconômico aplicado ao Brasil, o caminho indicado seria o aumento da produtividade dos trabalhadores. Na prática isso é feito com demissão em massa e diminuição de salário. Este modelo é utilizado no mundo inteiro e demonstra correção no seu funcionamento historicamente.
         No entanto ele não leva em consideração outras variáveis que provavelmente não influenciavam a economia quando ele foi desenvolvido, mas que podem ser muito importante hoje em dia, quando vivemos uma transição para a economia do conhecimento. 
        Tudo muda e hoje muito mais rápido. Quando ele foi desenvolvido, o conceito de felicidade, bem estar, de saúde, de acesso aos diversos serviços e principalmente ao consumo eram outros. E hoje caracterizam os diversos grupos sociais como consumistas insensatos, mas sempre nos referimos aos países desenvolvidos, como aqueles com maior capacidade de consumo, ou melhor poder aquisitivo. 
     Há uma crueldade intrínseca que não consegue diferenciar a ascensão social do consumo inconsequente. Os modelos devem funcionar sob conceitos dinâmicos e para isso tem que se adaptar a técnicas modernas de inteligência artificial, que naturalmente evolui com os resultados analisados no tempo.
        Porque não existem ainda ? Digamos que, ao contrário do desemprego e da diminuição de salário, ele indique que a contenção do faturamento das grandes corporações, ceifadas de corrupção e que comprometem a saúde, a felicidade e a qualidade de vida do trabalhador. Quem vai contestar ?
           
           

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Médico checklist.

          Enquanto não estão prontas as plataformas computadorizadas de monitorização dos pacientes internados, permanece a desenvoltura com burocracia como elemento de distinção dentre os profissionais de saúde. Despachantes sofisticados, conhecedores dos processos caracterizam os bem sucedidos, pois fazem acontecer. Quanto tempo vão durar, ninguém sabe.
           São todos frutos do sistema controlador do século XIX, que desde aquela época oferece apenas um shift, absolutamente provisório. Mas é vendido como solução e diante das ameaças, parece realmente mágico. Não há dúvidas que geram alento.
          E movimentam cifras espetaculares, que hoje significam o maior percentual do PIB das grandes economias. Nos EUA se aproxima a 20%. Ninguém pode ser contra, pois é demanda universal, mas haverá o dia da inversão do movimento. E o investimento em saúde vai significar imediata melhora da qualidade de vida, que vai diminuir os candidatos aos tais shifts. 
             Isso pode ser individualmente feito agora, basta perder o medo de ser feliz.
               
              

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O Epigeneticista Acidental.

      Richard Trenblay é um psicólogo canadense que estudava comportamento agressivo adulto. Depois passou a relacioná lo com o comportamento na adolescência. Teve a oportunidade de estudar crianças, mas não foi o suficiente. Estudou as mães e gostaria de abordá las antes até de ficarem grávidas.
      Uma reportagem sobre este grande cientista saiu na Nature de 2 de janeiro de 2014, volume 505, pags 14-17. Mais interessante ainda foi a descoberta que ele fez a partir de 2004, quando evidenciou o registro epigenético do meio, no caso a relação dos pacientes com as mães. Ele descobriu que havia metilação de um determinado cluster de genes, que redundavam por exemplo, em uma menor quantidade de serotonina em pacientes estressados, bem como uma maior quantidade de mediadores inflamatórios como a inteleucina 6, neste mesmo pacientes.
      Um dos pioneiros nos estudos longitudinais de psicologia em violência, passou a entender que o meio produzia um registro químico. E sues trabalhos foram além, grupos com intervenção e controle confirmaram como se pode mudar o futuro.
    James Hackman, prêmio nobel em economia, participante de alguns projetos com Trambley, escreveu que " Há um corpo de evidência, vindo de experimentos vertdadeiros e naturais, que mostram que as experiências nos primeiros anos da vida afetam os desfechos de longo prazo, tais como crime, saúde e salário ".
        
       

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Bem resolvido.

             A queixa mais comum nos consultórios médicos é stress, geralmente associado a desconforto autonômico, como dor, fadiga crônica, distúrbios gastrointestinais, intolerância aos exercícios físicos, distúrbios ventilatórios, insônia, diaforese, etc. Distúrbios de ansiedade, depressão, pânico, desatenção, dificuldade de relacionamento e outros também serão encontrados em uma propedêutica dirigida.
            Apesar da frase clássica "o stress dos tempos modernos" e a associação desta condição a uma suposta dificuldade de adaptação à evolução tecnológica tentam classificar o stress como doença recente. Mas existem interpretações diferentes, que identificam o efeito patológico da resposta ao ataque, quando não houve resiliência, ou se cronificou, desde há muito tempo.  (thelancet.com, pág 383, janeiro 25, 2014).
              E o que fazer para sair dessa ? Antes de mais nada é bom entender que exige muita disciplina. Não é simplesmente fazer o que se quer ou o que acha que faz bem para a saúde. Tem que seguir uma série de regras e tomar medidas que exigem esforço, concentração e compromisso.
     Sem entrar em detalhes, sono, alimentação, exercícios físicos, meditação atenção aos relacionamentos e trabalho devem ser equacionados dia a dia. Nunca vão estar terminados, mas devem estar todos muito bem harmonizados. Resumindo,  bem resolvido é a expressão que define uma forma de ver o mundo, mas ao contrário do que parece, apenas define o que se reinventa a cada instante.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Big Data.


         É prática das empresas especializadas no consumo do varejo conhecer individualmente o consumidor. Este é identificado nas redes sociais e outras mídias, o seu perfil de consumo é definido, bem como a sua localização geográfica e os estabelecimentos comerciais mais frequentados. Mais do  que isso, ainda é definido um perfil de demanda para os próximos meses e anos. Desta forma o consumidor continua a ser seguido, para demonstrar a efetivação do que foi proposto e novas programações.
             Isso tudo acontece baseado em um grande banco de dados, o denominado Big Data, de onde uma série de softwares específicos permitem extrair as informações, que vão trazer conhecimento sobre o consumidor individual, inclusive as suas demandas, que passam a influenciar a produção, sem que este sequer imagine que isso está acontecendo.
               O que levou as empresas a encontrarem essa metodologia foi a necessidade de lucrar mais e ser competitivas. Em um determinado momento, descobriu se que obrigar o consumidor a consumir um produto definido por um ser iluminado ou pesquisa convencional de mercado era muito caro e não trazia bom resultado. Desta forma o consumidor inverteu o processo de produção, passou a defini lo.
                Na medicina amargamos o atraso do processo dicotômico da evidência científica, que se foi importante em uma fase, já caducou pelo uso de ferramentas estatísticas, que ainda funcionam para o que foram desenvolvidas, mas não para guiar o sistema de saúde, o sistema que tem a assistência a saúde como produto.
          Neste caso os pacientes estariam muito melhor assistidos se fossem vistos como meros consumidores. A hipocrisia de manter o serviço de saúde como algo sagrado, só serve para o controle social e mais nada.
                   


       

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Variabilidade da frequência cardíaca

      PUBMED  onde todos médicos recorrem em busca das referências da literatura, apresenta 6.349 publicações, quando é solicitada a busca por HRV ( heart rate variability ). Destas, em torno de 90% referem se variabilidade da frequência cardíaca. 
      Encontramos trabalhos muito interessantes sobre estados alterados, que precedem o aparecimento das doenças. E há referência às condições inflamatórias, doenças cardiovasculares, distúrbios endócrinos, gastrointestinais, respiratórios, urinários, psiquiátricos, etc. Também há relação com o câncer.
      Em outras palavras, a disautonomia parece preceder a quase totalidade das doenças. Se isso for confirmado, essa condição deverá ser descoberta o mais precoce possível, para evitar que as pessoa fiquem doentes. Isso poderá ser feito com aplicativos dos celulares.  
       Deve também existir concomitante, um mal estar psicológico, como estados depressivos e distúrbios de ansiedade, dentre outros. Estados de fadiga crônica, intolerância ao exercício, dores, diaforese, etc também estarão presentes.
     O estado disautonômico pode ser combatido com atitudes relacionadas ao estilo de vida, as chamadas medidas higiênico dietéticas e mudanças de hábitos. Já temos publicações que demonstram isso como no último Lancet em relação a doença inflamatória conhecida como gota. Outras tantas virão.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Refazendo as contas.

       É interessante observar, que ao contrário do que circulou recentemente nos meios de comunicação, os EUA diminuem a relação de médicos e leitos por habitantes. Inicialmente a interpretação seria que a população ficaria desassistida. Não funciona assim.
                Com o grande desenvolvimento tecnológico, cada vez mais a comunicação entre os pacientes e médicos vem sendo feita por mecanismos conhecidos de todos como messenger,  WhatsApp, Twitter, email, etc. Assim diminui muito a nessecidade de consultas presenciais, com filas desgastastes e infectantes. Devices que monitoram sinais vitais facilitam interpretações remotas, que naturalmente são um capítulo a parte.
                E ainda, com as novas tecnologias, o acesso remoto de pacientes com cuidados em domicílio pode ser viabilizado, permitindo ajustes de drogas, revisão de metas, orientações aos cuidadores e familiares, etc.
                  Não está escrito em nenhum lugar que a relação do número de médicos/população significa uma melhor qualidade da saúde. Que o modelo presencial convencional é a melhor solução para demandas crescentes, jamais experimentadas. Que tal quebrarmos paradigmas e colocar a tecnologia a serviço de todos ?
                  

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

A sociedade define o tipo de médico

      "Que elas descubram o tipo de médico que o sistema delas vai produzir. Que descubram, nas salas de operação e nas enfermarias, que não é seguro confiar suas vidas às mãos de um homem cuja vida elas sufocaram. Não é seguro se ele é o tipo de homem que se ressente disso – e é menos seguro ainda se ele é o tipo de homem que não se ressente."
        Ayn Rand foi um autora russa radicada nos EUA, que traduziu os riscos ao proletarizar o trabalho médico. Hoje mais atual que nunca. As pessoas não gostam muito de discutir isso, nem mesmo os médicos. Agem como se fosse uma situação sem saída. Difícil alguém assumir que ter diversos empregos significa não dedicar a nenhum, além de ser altamente insalubre, por privar o médico de compromissos normais necessários a qualquer ser humano, que quer ter saúde. Ou seja, dormir bem, fazer exercícios físicos, comer corretamente, relaxar com a família, etc.
       Mas não dá mais para continuar. Ter mais que um emprego significa que não se dedica a nenhum deles, já que a idéia é se poupar, pois nunca se sabe o que virá na próxima jornada. Dizer que não se cança fisicamente não engana mais ninguém. Com certeza os mais jovens resistem mais, mas vai ser só uma questão de tempo. 
        A autora não se refere aos horários, tiraram muitas coisas dos médicos, dentre elas o prestígio, a auto estima (mais médicos) muitas coisas que não se deve tirar de quem tem o ofício de cuidar. Isso faz parte do contexto da crise atual e tem que ser modificado para tentar resolvê la.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Reação química.

           É apenas reação química. E elétrica. Os omics permitiram o estudo molecular dos aminoácidos e proteínas pela espectrometria de massa e agora temos muita coisa mapeada. Sobre o genoma, alterações agudas e de longo prazo vão talhando e remodelando tais reações. Sob este ponto de vista fica meio difícil aceitar livre arbítrio, sugere mais remodelamentos aleatórios, no entanto a opção de civilidade, mediada por ato de gentileza, esconde elos ainda não decifrados.
           Muito interessante, quando nos referimos ao stress pós traumático e observamos a alteração da resposta elétrica e química. Passando naturalmente pela alteração epigenética, com resultantes agudas e crônicas. Não compreendemos ainda porque há uma acetilação da cadeia de DNA e como isso ocorre de maneira tão precisa.
         A grande notícia é que o estilo de vida pode determinar ou recuperar, digo hábitos não só previnem a doença, como tratam. Desta forma, mesmo não entendo o porquê, sabemos como não ficar doentes. Basta assumirmos todos os remodelamentos.
            
            

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Inovação

       É um evento com um caráter disruptivo. Segue uma intervenção com progressão exponencial. Em contraposição as mudanças lineares são incrementais, alteram gradativamente, sem causar stress.
         São duas formas de inovação diferentes. A primeira é revolucionária. É induzida  por contexto de insatisfação geral, quebra paradigmas e ambiciona resultados nunca antes encontrados. A segunda reflete a evolução que sempre houve. É muito presa a referenciais históricos, mas mesmo significando uma melhora, pode não ter impacto algum devido às características dinâmicas das demandas.
          Sob o ponto de vista da saúde e em virtude da quantidade de pesquisas convencionais, que não vislumbram a grande mudança, presos aos cânones acadêmicos. Que tal partirmos para o raciocínio "fora da caixa" ?

domingo, 19 de janeiro de 2014

Ganhos.

    Vem de uma família muito humilde. Não teve acesso a educação e por isso teve toda sorte de doenças, chamadas antigamente de doenças comuns da infância. Já adulto,  cronicamente inflamado, desenvolveu  uma patologia rara. Ganhou fama, as portas se abriram. No hospital teve diversas reuniões com a assistente social, psicologia, foaudiologia, farmacêutico, etc. Conseguiu uma aposentadoria.
        Descobriu então que a doença lhe favorecia. Agora sim era um cidadão. Tinha direitos,  inclusive de comprar carro mais barato. Cobrava acessos, que antes lhe eram negados e agora conseguia. Paradoxalmente, a sua vida era melhor. Tinha dores e períodos de descompensação, mas entre esses, vivia a melhor fase da sua vida.
           Um dia passeando por uma praça, percebeu um pregador e se aproximou. Ouviu que o reino dos céus pertence aos pobres, pecadores e enfermos. Balançou a cabeça e concordou sinceramente.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Põe na conta do médico.

     A criança foi concebida em uma condição desfavorável, os pais nunca tinham ouvido falar que um filho deveria ser um projeto de vida. A mesma carência determinou um relacionamento conturbado entre os pais, violência, um pré natal irregular, álcool e tabaco. O parto, no serviço público, foi uma correria. No início com a criança era muita festa, mas passou rápido. Houve conquistas, mas veio muita responsabilidade também. As vacinas atrasaram, a puericultura foi errática, não entendiam bem para que isso tudo. Um grande problema foi na primeira pneumonia, só conseguiram internação num hospital muito longe e por influência de um político.
       Quis o destino, ou estava escrito, mas a catástrofe aconteceu. Moravam em uma região muito perigosa, onde carros apostavam corridas todas as noites, em uma delas a criança foi atropelada. Na emergência foi percebido uma desmotivação na equipe e logo souberam, que estava desfalcada do cirurgião, embora nada pudesse ser feito.
       Daí surgiu a imprensa, ganharam notoriedade e reforço em cobrar pela falta do médico. Muitas promessas foram feitas, dentre elas a jornalista que abria o noticiário todo dia dizendo, a criança que morreu, porque não tinha cirurgião...
     Uma história longa de uma sociedade que exclui seus cidadãos da forma mais perversa, que é negando educação. E na hora de um apelo comovente, despeja todas as acões negativas que toda a sociedade promoveu na conta de quem pega só as consequências.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Variabilidade RR.

     Em Boston, na catástrofe das bombas na Maratona, abril de 2013, foi feito um estudo para verificar a correspondência entre a gravidade das vítimas e o comportamento automômico, medido pela variabilidade RR. Existem muitos trabalhos que mostram que os pacientes muitas vezes possuem os sinais vitais estáveis baseados em uma reserva, que vai se esgotar. Os distúrbios autonômicos seriam os marcadores destes pacientes. O resultado confirmou a hipótese. As criticas se referem ao tamanho da amostra, principalmente. 
          Estas avaliações devem ser incorporadas pelas Unidades de Terapia Intensiva em pouco tempo. Existe um projeto em desenvolvimento pela Neurocritical Care Society com objetivo de implementar uma monitorização multimodal mais avançada, que irá contar com softwares de computação cognitiva, big data, etc quebrando paradigmas atuais e lançando tecnologias exponenciais.
           Quem se interessar, pode acessar o trabalho em www.jccjournal.org. Journal of Critical Care 28 (2013) 1109.e1-1109.e4.
           
               

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Para que Ego ?

      Matar o ego. Isso não é novo, tem na bíblia e em muitos outros livros religiosos. Mas toma uma dimensão muito maior nos dias de hoje, pelo fato de termos chegado a uma sociedade iconoclasta.  O ser humano vale pelo que ele significa política e finaceiramente. Acredita se num diferencial, que ninguém sabe exatamente de onde veio. Antigamente era claramente familiar, mas hoje não é mais.
      A leitura do mundo hoje é pródiga. Estamos diante do grande milionário, falido. Do grande lutador, derrotado e quebrado. Da família dona do estado, desmascarada. Do governador, que não consegue governar mais nada. E outros tantos exemplos que corroboram para o impulso de fazermos alguma coisa mais importante do que insuflar o ego.
    Assim também funciona no microcosmo. Todos somos importantes na sociedade em rede, igualmente importantes. Filogeneticamente reforçar o ego talvez tenha tido importância em uma fase evolutiva, mas já não tem o menor significado, pelo contrário.
         Viva mais, com mais saúde e mais feliz. Gaste um período diário esquecendo o seu ego. Ponha um homem simples e com muita compaixão no lugar. Você não vai se arrepender.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Monte o seu kit.

              Procure na internet algum aplicativo que verifique o seu grau de stress. Deve ser um, que se utilize da variabilidade da freqüência cardíaca. Estes softwares na sua grande maioria funcionam com um modelo matemático patenteado, chamado heartmath, que calcula a coerência da variabilidade da frequência cardíaca. Embora não seja aberto, é validado para identificação de estados disautonômicos. 
            Depois adquira na própria internet , ou em livrarias, games que reconhecem características psiquiátricas compatíveis com as diversas alterações como depressão, ansiedade, fobias, pânico, etc.
               Existe uma empresa norteamericana, que faz avaliações dos telômeros, além de outras tantas avaliações epigenéticas compatíveis com alterações secundárias ao trauma, ou carga traumática, mas neste caso, não existem critérios ainda bem definidos que possam ser aplicados para traçar um perfil específico. 
               De posse disso, pode se iniciar a coleta de dados e tentar desenhar o próprio perfil. Definir como são as reações diante das demandas e ameaças. Não existe um ábaco que demostre uma correlação direta e suas interferências, mas deslocar os dados para as  faixas ditas normais, com certeza é um passo em favor da saúde.
                

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Arte!

         Sujeito verbo e predicado, mas isto é totalmente linear . Eu preciso me expressar em infinitas direções, com infinitas referências, mas a estrutura da escrita e do discurso oral simples não comporta isso. Por isso desenvolveu se mais uma ferramenta, como o homem vem fazendo há milhares de anos, uma ferramenta que expande os sentidos, que expande as habilidades. Um pedra presa a um cabo foi suficiente, no início, mas hoje, é um computador interligado com todos os computadores, portátil, que pode ser manipulado na maioria das situações, que pode ver, ouvir, falar, registrar, etc.
        Quando nos queixamos das novas gerações estamos reproduzindo o que um dia fizeram conosco. Quando afirmamos que há uma crise de formação estamos apenas dizendo que as novas gerações não estão interessadas em reproduzir o que preparamos para elas. Que bom que seja assim, pois estamos em crise. E quem é que vai querer se responsabilizar por uma crise que é nossa e não deles?
            É fantástico assistir pessoas que conseguem conversar conosco e com tantas outras ao mesmo tempo. Isso era falta de educação, hoje não. Finalmente o cartesiano ficou para trás, mas não por determinação e sim pela limitação do método. A ciência hoje é arte!

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Educação

     No século XVI, após o advento da reforma, o católico passou a ler a bíblia e o mundo mudou. Até então, acreditava se que a leitura deveria ficar restrita aos clérigos e o povo tinha que ouvir a versão que lhe fosse apresentada e aceitar. Como toda postura da elite, mais uma vez o povo é excluído e pior, recebendo a classificação de incompetente.
      Existe, não de forma muito explícita, a mesma estrutura em relação ao conhecimento médico. E isso não pode continuar. Toda a literatura médica deve estar disponível e todos devem ser incentivados a estudá la. Os eventuais problemas, na verdade vão diminuir, pois a população já faz críticas às atitudes médicas sem o menor conhecimento, portanto ler só vai ajudar.
       A proposta para a medicina do século XXI é muito mais ambiciosa  e a idéia é que a disciplina saúde seja obrigatória em todas as escolas e desde cedo, para que as crianças sejam sabedoras de como o organismo funciona e o que faz mal e o que faz bem. Com certeza isso encontra oposição política radical, haja visto que a saúde, como explicou Foucault, é mecanismo de controle social. Devolvê lá ao povo, significa abrir mão de um capital eleitoreiro muito significativo. 
         Mas não tem volta. A economia do conhecimento pressupõe o autoconhecimento e o controle de tudo que pode fazer mal a saúde.

domingo, 12 de janeiro de 2014

A Sociedade Em Rede

    
           O que é realidade? Plugado na rede social, trocando amabilidades e informações, ao mesmo tempo verificar uns lindos quadros da última exposição de uma pequena galeria em Paris e finalizar a leitura da entrevista do Foucault, quando esteve no Brasil em 1975?
          Tocou o telefone, caiu a internet e ele atendeu. Era o mecânico dizendo que não adiantava ir buscar o carro, porque o seguro não liberou a compra da peça. Assim, ele se viu terça feira às 15:45 h em um ponto de ônibus em Bangu, com o sol de rachar, temperatura de 41 graus.
            O que seria mais alienado? Ficar up to date com as artes, os grandes pensadores e os amigos das redes sociais, em contraste com os compromissos prosaicos com as suas estruturas rudimentares em clima literalmente hostil ?
             O dia a dia inóspito, nos convida a qualquer manobra absenteísta. Mas não é só isso. O acesso ao conhecimento globalizado abre expectativas de uma vida menos provinciana. Sepulta a depressão.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Dee Ai Uai.

       Do it yourself. É isso que é esperado de todos nós daqui prá frente. Chega de ter pessoas contratadas que ficam responsáveis por tarefas que não estamos dispostos a realizar. Isso já acontece nos países mais avançados, onde não se consegue mais contratar empregados domésticos, por exemplo.
        Três palavrinhas mágicas que vão mudar a nossa vida. Faça você mesmo. Pare, pegue seu smartphone e monitorize se. Veja a sua frequência cardiíaca e analise, pela variabilidade RR se você está disautonômico. Anote a hora, o ambiente, a atividade, a temperatura, tudo. Entenda como funciona no decorrer do dia. Registrar intercorrências como pequenos conflitos pessoais, cefaléia, dor lombar etc.
           Todas essas informações vão para análise em um software preparado para "big data".  Aí virão uma série de informações no sentido de ajustar os hábitos e o comportamento, de tal forma que haja ganhos na saúde como um todo. Estes resultados podem e devem ser questionados. Virão sempre com literatura técnica que suporte os aconselhamentos. As sugestões sofrerão os ajustes pessoais e novas coletas de dados registrarão as evoluções.
             É a forma de nos conhecermos melhor, entender como nosso organismo funciona e termos autonomia em todas as fases da vida, para evitar que fiquemos doentes. Caso fiquemos doentes, vamos partir de uma condição muito melhor e cientes de tudo. Isso nos dá empoderamento, autonomia e nos deixa menos nas mãos dos serviços de saúde.

         
         
         
    

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Centro Médico Medicalocêntrico

   Medicalocêntrica. Talvez essa palavra não exista, mas traduz muito bem a idéia de uma medicina, cujo objetivo principal foi atender o paciente, mas deteriorou e terminou se especializando em satisfazer o ego do médico. E essa queda vertiginosa no status atual do médico confirma a fragilidade teórica e prática dessa condição. Ou seja, não há o que suporte este suposto gap de informação, a não ser benefícios financeiros e pseudo hierárquicos (políticos, acadêmicos, institucionais e até mesmo populares).
     Dessa forma, os médicos com a intenção de se destacarem nas diversas áreas, criam um ambiente competitivo, anacrônico, que é totalmente desacreditado por eles próprios, mas quis o destino que isso exacerbasse junto com a explosão da disseminação do conhecimento, transformando o descrédito em sentimento universal.
     Neste contexto não há culpa, nem culpados. Há sim o desmoronamento de uma instituição, que sobreviveu por um longo período de trevas, mas que desaba espetacularmente, por total inconsistência. E esse período de crise expõe sofrimento natural, mas aponta um futuro iluminado em que agora sim vamos assistir paciente, família, amigos todos dançando no mesmo compasso do seus Xamãs! Vamos viver o período do empoderamento da população.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Insatisfação geral.

   Não sendo matéria comprada, ou propaganda propriamente dita, dificilmente nos deparamos com notícia sobre o atendimento na área de saúde, que seja de satisfação geral. Na verdade, geralmente encontramos o contrário, ninguém está satisfeito. E inclui o cidadão com saúde, o paciente, a família do paciente, os profissionais de saúde, os gestores e por fim os pagadores. Todos, sem exceção reclamam. Em ambos os contextos, público e privado.
    O cidadão comum, não se cansa de dizer que a saúde pública está muito ruim, mas que os planos de saúde também não são satisfatórios. O paciente do SUS se queixa por não ser atendido, por ser atendido numa consulta muito rápida, ou que não consegue marcar os exames e assim sucessivamente. Do mesmo, ele se queixa em relação aos convênios. Os familiares sempre encontram falhas no atendimento, dificilmente se dizem plenamente atendidos. O gestores das unidades reclamam dos profissionais de saúde, dos fornecedores, dos pagadores. E por último, os pagadores dizem que estão usando o sistema em excesso e que isso vai falir as instituições.
     Não há o que possa sobreviver neste cenário. Alguma coisa está muito errada e tem que ser mudada. Não é possível continuar assim. Mas, qual será a saída ?
     Para imaginar uma saída, tem que primeiro reconhecer que tem que mudar. Tem que afirmar que assim está errado.

O terceiro pilar. O sistema autonômico.

   É definido como pertencente ao sistema autonômico, tudo o que acontece no organismo, que funciona para manter o organismo equilibrado e que não temos consciência disso. Todos os mecanismos eléticos, endócrinos, humorais, etc estão envolvidos. Para estudá los, uma série de marcadores  foram definidos, dentre eles a vairabilidade da frequência cardíaca, o mais clássico, mas também a resposta do diâmetro da pupila, a impedância cutânea (sudorese), além de testes específicos, como o teste de inclinação (tilt test). 
      A análise da potência do espectro da variação da frequência cardíaca vem sendo extensivamente utilizado como um teste não invasivo para avaliar o sistema autonômico. Três componentes de espectro são definidos. O muito baixo (< 0,04 Hz), o baixo (0,04 - 0,15 Hz) e o alto (0,15 - 0,4 Hz). Um índice de equilíbrio simpato vagal é definido de divisão do espctro de baixa frequência pelo de alta frequziencia, haja visto que a alta frequência está ligada ao tônus valgal.
        Estruturas do tonco cerebral associadas a componentes do sistema límbico, como a amígdala estão envolvidas no controle da frequência cardíaca (marcapasso). Os estudos eletroneurofisiológicos demonstraram que a variabilidade da frequência crdíaca está relacionada com a atividade do córtex pré frontal, especialmente com os circuitos neurais anteriores, que também são os envolvidos na afetividade, sistema cognitivo, atenção etc. Daí a associação das alterações de comportamento, ou psiquiátricas com as alterações na variabilidade da frequência cardíaca. Assim sendo com os doentes que virão a ter hipertensão arterial, IAM, AVC, diabetes, câncer, doenças autoimunes, etc.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Alterações comportamentais (psiquiátricas).


        Este é um dos esquemas que relacionam o trauma e alteração psiquiátricas. Alterações epigenéticas virão durante o período pré natal e também após o nascimento. Muitas vezes não há síndrome completa, mas traços.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Genética - telômeros.

    Alguns sinalizadores celulares já estão bem definidos como nos controladores do cortisol sérico em fase aguda de resposta ao stress. A participação do peptídeo Y, com múltiplas funções, também na fase aguda, já foi muito estudada. Mas é o telômero que chama atenção como elemento sensível a idade e ao stress, funcionando como marcador tanto no que se refere a eventos passados, quanto em relação a perspectivas futuras (recuperação após mudança de hábitos ).
     Único segmento de DNA composto por repetição de bases (TTAGGG), localizado no final dos cromossomos, funcionam como uma capa protetora. Sua representação gráfica se compara ao final plástico do cordão de amarrar sapatos. Isso para mostrar que o tempo e o stress levam a diminuição dos telômeros, permitindo que o cromossomo se recombine ou frature, alterando a sua função.
     Diversos estudos mostraram associação entre o encurtamento dos telômeros e vários tipos de doenças cardiovasculars ( aterosclerose, infarto do miocárdio, AVC ), diabetes e câncer. Telômeros diminuídos também estão associados com doenças hepáticas e pulmonares ( infecciosas agudas como hepatite e pneumonia, ou inflamatórias crônicas como cirrose e doença pulmonar obstrutiva crônica ). Ainda há registros da mesma correlação dos pequenos telômeros e doenças inflamatórias como artrites e doença inflamatória intestinal, bem como acometimentos neurológicos tipo perdas cognitivas, demência e depressão.
      É possível perceber os outrso pilares ( comportamento e "autonomia" ) presentes nas alterações citadas, mas isso nós vamos comentar amanhã.

Trauma

     Trauma ou carga traumática é atribuído a quaisquer condições adversas, que podem gerar  resposta de fuga ou combate (estresse), que se perpetue. Ou seja, aguda ou cronicamente, já se comprovou que determinados estímulos neuronais, podem perpetuar respostas estigmatizadas. Essas respostas estão bem definidas na descrição do stress pós traumático e interferem nos três pilares, já citados. Quais sejam, alteração genética, alteração de comportamento e disautonomia.
       É mais fácil de compreender, quando ocorre na infância e são conhecidas condições traumáticas, a violência domiciliar, o abuso sexual, buling, exclusão social(origem financeira, racial, religiosa, etc), catrástofes ambientais, guerras, separeação dos pais, etc. Naturalmente que a resiliência pode ocorrer e neste caso, não há nenhuma alteraçáo dos três pilares, que possam ser identificadas como patológicas ou definidoras de alterações patológicas futuras.
        Supostamente isso pode ocorrer em qualquer fase da vida e o período de latência até o surgimento da doença propriamente dita, não foi ainda estudado. Quanto aos três pilares...

domingo, 5 de janeiro de 2014

Tweets

     Textos pequenos como tweets.
     A idéia é monitorizar a parte autonômica, através de smartphones, checando a variabilidade RR, reflexos pupilares, impedância cutânea, etc além de fazer algumas avaliações psicológicas, tentando indentificar alterações comportamentais, principalmente traços de déficit de atenção, ansiedade, pânico, depressão também por computador e por último avaliação genética, cuja o mais conhecido até agora seria a extenção dos telômeros, neste caso com testes laboratoriais.
      Esses dados devem ser postos em uma plataforma, talvez a Watson da IBM, que vai reconhecer padrão, abrindo um leque muito grande de autoconhecimento e tratamento de eventuais distúrbios.
      A grosso modo está descrito o projeto. Todo o detalhamento e a implementação estão na dependência da disponibiidade das pessoas que pretendem colaborar.
      E quato ao trauma ou carga traumática ?
   

sábado, 4 de janeiro de 2014

Porque ficamos doentes ?

    Em 2013 estivemos por duas vezes nos EUA, onde participamos do curso da Singularity University, chamado de FutureMed, que mudou de nome agora para Exponential Medicine. Nas duas vezes, tivemosva oportunidade de apresentar a parte teórica do nosso projeto.
     De forma bem resumida, sugerimos que após trauma, ou carga traumática, que geralmente ocorre na infância, mas não exclusivamente. Podemos ter dois tipos de respostas, a resiliência ou o desenvolvimento de padrões pós traumáticos, que afetam três pilares fundamentais, a genética, o comportamento e o sistema nervoso autônomo. Neste segundo tipo de resposta, caso não haja reversão, doenças cardiovasculares, autoimunes, diabetes e câncer vão aparecer. Ou talvez todas as doenças.
     Muita literatura já foi publicada desde então e vem surgindo muitas informações que enriquecem o modelo, tiram o caráter dicotômico, sugerem padrões que aumentam a complexidade, sem afastar a idéia original.
     E como isso se transforma numa idéia inovadora e quais seriam as possibilidades de empreendimentos ? O disparo já aconteceu, agora precisamos de contribuições em todos os aspectos, para viabilizar de forma gratuita,  acesso para todas as pessoas.
     Este blog foi criado para disseminação deste e de outros projetos.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

DYNA

dynainc.com, endereço de instituição que atua nos EUA em favor de pacientes muito bem definidos como síndrome POTS e Fadiga crônica. Eles tem uma série de recomendações para estes pacientes sobre condições ambientais, drogas, comidas etc que desencadeiam crises disautonômicas. Vale a pena conferir. Entendemos que estados disautonômicos ocorrem diariamente na grande maioria das pessoas, tendo efeito deletério muito claro naquelas que não conseguem reverter o quadro. Uma vez cronificado, está instalado a inflamação crônica, o envelhecimento, e o aparecimento de quadros específicos, que vão obedecer a individualidade genética. Formas elaboradas de tratamento, ou controle da disautonomia, do comportamento e da expressôes gênica são descobertos nas pesquisas. Assim, com este controle teremos menos doenças. Vamos comentar os três pilares determinantes de doença no próximo post.

Disautonomia

  Vasodilatação nasal, corisa, diaforese. Tudo isso induzido por muito calor, já que a temperatura nesta época está especialmente elevada e resolvi cozinhar. A única saída foi um banho seguido de um ambiente com ar condicionado. Melhorou muito, mas bastou retornar ao calor, que tudo retornou. Fica mais uma lição, já sabíamos que o calor fazia isso, mas negligenciamos. Como nos programar para evitar esses triggers?