terça-feira, 30 de maio de 2017

Medicina do século XXI

              Cuidado paliativo é uma nova perspectiva oferecida aos pacientes para os quais já se tenham exauridos os protocolos convencionais, não tendo mais sentido enfrentar os sofrimento dos efeitos colaterais e os riscos muitas vezes fatais das iatrogenias. Com o tempo verificou-se que muitos doentes melhoravam significativamente, principalmente aqueles que aderiam a um estilo de vida melhor, através da prática de exercícios físicos, aderência a uma dieta natural e o trabalho incessante para ajustar a qualidade do sono. Parece paradoxal que em condições muito desfavoráveis ainda se consiga inserir tais comportamentos, mas tudo indica que sempre e em qualquer medida, os benefícios virão.
            Slowmedicine ou medicina sem pressa, de origem italiana, surge como uma maneira mais humana e correta de exercer a medicina, em que o ato de ouvir atentamente o paciente e a sua família demonstram o interesse no paciente e ajudam a definir quais procedimentos médicos devem ser tomados com a intenção de oferecer um tratamento personalizado e de precisão. É interessante reconhecer que o movimento vem ganhando tamanho e expressão em diversos países devido aos bons resultados, principalmente no que se refere á capacidade de evitar atropelos e processos assoberbados que estressam ainda mais o paciente e trazem uma péssima experiência para a família.
               Chosing wisely, ou escolhendo com sabedoria foi desenvolvido nos Estados Unidos a partir da constatação de que diversas práticas impostas após complexos estudos científicos trouxeram outros efeitos não previstos. Como exemplo podemos citar o uso do indiscriminado da  medida do PSA no sangue para diagnóstico de câncer de próstata. Embora tenha salvado algumas pessoas, com certeza o tratamento decorrente criou uma legião de homens com incontinência urinária e disfunção erétil. Portanto se fazem necessárias revisões contínuas de todas os protocolos para que a medicina recupere a sua máxima do primum non nocere, primeiro não prejudicar.
              Empowerment ou empoderamento, palavra que não existe no português, mas muito utilizada talvez pela falta de outra melhor que significa formar um cidadão com maior conhecimento sobre biologia, fisiologia, bioquímica ou seja dar uma maior capacidade de compreensão da saúde para que as pessoas: se sintam mais responsáveis pela sua própria, tenham atitudes saudáveis, saibam reconhecer as questões específicas ambientais deletérias, garantam sistemas sustentáveis e no fim, que estejam aptas a discutir com o seu médico o que realmente lhes interessa em cima da realidade que se apresenta. Consequentemente veio o Do it yourself, faça você mesmo.
                  Estes são alguns indicativos, tem muitos outros, de que estamos a procura de um ambiente menos hostil, mais traquilo e inteligente para aquelas horas tão complicadas, em que o nosso maior patrimônio se descompensa e desequilibra. São conquistas muito contundentes no rumo de uma experiência mais pacífica e equilibrada.