segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Educação

     No século XVI, após o advento da reforma, o católico passou a ler a bíblia e o mundo mudou. Até então, acreditava se que a leitura deveria ficar restrita aos clérigos e o povo tinha que ouvir a versão que lhe fosse apresentada e aceitar. Como toda postura da elite, mais uma vez o povo é excluído e pior, recebendo a classificação de incompetente.
      Existe, não de forma muito explícita, a mesma estrutura em relação ao conhecimento médico. E isso não pode continuar. Toda a literatura médica deve estar disponível e todos devem ser incentivados a estudá la. Os eventuais problemas, na verdade vão diminuir, pois a população já faz críticas às atitudes médicas sem o menor conhecimento, portanto ler só vai ajudar.
       A proposta para a medicina do século XXI é muito mais ambiciosa  e a idéia é que a disciplina saúde seja obrigatória em todas as escolas e desde cedo, para que as crianças sejam sabedoras de como o organismo funciona e o que faz mal e o que faz bem. Com certeza isso encontra oposição política radical, haja visto que a saúde, como explicou Foucault, é mecanismo de controle social. Devolvê lá ao povo, significa abrir mão de um capital eleitoreiro muito significativo. 
         Mas não tem volta. A economia do conhecimento pressupõe o autoconhecimento e o controle de tudo que pode fazer mal a saúde.

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