quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Médico checklist.

          Enquanto não estão prontas as plataformas computadorizadas de monitorização dos pacientes internados, permanece a desenvoltura com burocracia como elemento de distinção dentre os profissionais de saúde. Despachantes sofisticados, conhecedores dos processos caracterizam os bem sucedidos, pois fazem acontecer. Quanto tempo vão durar, ninguém sabe.
           São todos frutos do sistema controlador do século XIX, que desde aquela época oferece apenas um shift, absolutamente provisório. Mas é vendido como solução e diante das ameaças, parece realmente mágico. Não há dúvidas que geram alento.
          E movimentam cifras espetaculares, que hoje significam o maior percentual do PIB das grandes economias. Nos EUA se aproxima a 20%. Ninguém pode ser contra, pois é demanda universal, mas haverá o dia da inversão do movimento. E o investimento em saúde vai significar imediata melhora da qualidade de vida, que vai diminuir os candidatos aos tais shifts. 
             Isso pode ser individualmente feito agora, basta perder o medo de ser feliz.
               
              

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O Epigeneticista Acidental.

      Richard Trenblay é um psicólogo canadense que estudava comportamento agressivo adulto. Depois passou a relacioná lo com o comportamento na adolescência. Teve a oportunidade de estudar crianças, mas não foi o suficiente. Estudou as mães e gostaria de abordá las antes até de ficarem grávidas.
      Uma reportagem sobre este grande cientista saiu na Nature de 2 de janeiro de 2014, volume 505, pags 14-17. Mais interessante ainda foi a descoberta que ele fez a partir de 2004, quando evidenciou o registro epigenético do meio, no caso a relação dos pacientes com as mães. Ele descobriu que havia metilação de um determinado cluster de genes, que redundavam por exemplo, em uma menor quantidade de serotonina em pacientes estressados, bem como uma maior quantidade de mediadores inflamatórios como a inteleucina 6, neste mesmo pacientes.
      Um dos pioneiros nos estudos longitudinais de psicologia em violência, passou a entender que o meio produzia um registro químico. E sues trabalhos foram além, grupos com intervenção e controle confirmaram como se pode mudar o futuro.
    James Hackman, prêmio nobel em economia, participante de alguns projetos com Trambley, escreveu que " Há um corpo de evidência, vindo de experimentos vertdadeiros e naturais, que mostram que as experiências nos primeiros anos da vida afetam os desfechos de longo prazo, tais como crime, saúde e salário ".
        
       

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Bem resolvido.

             A queixa mais comum nos consultórios médicos é stress, geralmente associado a desconforto autonômico, como dor, fadiga crônica, distúrbios gastrointestinais, intolerância aos exercícios físicos, distúrbios ventilatórios, insônia, diaforese, etc. Distúrbios de ansiedade, depressão, pânico, desatenção, dificuldade de relacionamento e outros também serão encontrados em uma propedêutica dirigida.
            Apesar da frase clássica "o stress dos tempos modernos" e a associação desta condição a uma suposta dificuldade de adaptação à evolução tecnológica tentam classificar o stress como doença recente. Mas existem interpretações diferentes, que identificam o efeito patológico da resposta ao ataque, quando não houve resiliência, ou se cronificou, desde há muito tempo.  (thelancet.com, pág 383, janeiro 25, 2014).
              E o que fazer para sair dessa ? Antes de mais nada é bom entender que exige muita disciplina. Não é simplesmente fazer o que se quer ou o que acha que faz bem para a saúde. Tem que seguir uma série de regras e tomar medidas que exigem esforço, concentração e compromisso.
     Sem entrar em detalhes, sono, alimentação, exercícios físicos, meditação atenção aos relacionamentos e trabalho devem ser equacionados dia a dia. Nunca vão estar terminados, mas devem estar todos muito bem harmonizados. Resumindo,  bem resolvido é a expressão que define uma forma de ver o mundo, mas ao contrário do que parece, apenas define o que se reinventa a cada instante.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Big Data.


         É prática das empresas especializadas no consumo do varejo conhecer individualmente o consumidor. Este é identificado nas redes sociais e outras mídias, o seu perfil de consumo é definido, bem como a sua localização geográfica e os estabelecimentos comerciais mais frequentados. Mais do  que isso, ainda é definido um perfil de demanda para os próximos meses e anos. Desta forma o consumidor continua a ser seguido, para demonstrar a efetivação do que foi proposto e novas programações.
             Isso tudo acontece baseado em um grande banco de dados, o denominado Big Data, de onde uma série de softwares específicos permitem extrair as informações, que vão trazer conhecimento sobre o consumidor individual, inclusive as suas demandas, que passam a influenciar a produção, sem que este sequer imagine que isso está acontecendo.
               O que levou as empresas a encontrarem essa metodologia foi a necessidade de lucrar mais e ser competitivas. Em um determinado momento, descobriu se que obrigar o consumidor a consumir um produto definido por um ser iluminado ou pesquisa convencional de mercado era muito caro e não trazia bom resultado. Desta forma o consumidor inverteu o processo de produção, passou a defini lo.
                Na medicina amargamos o atraso do processo dicotômico da evidência científica, que se foi importante em uma fase, já caducou pelo uso de ferramentas estatísticas, que ainda funcionam para o que foram desenvolvidas, mas não para guiar o sistema de saúde, o sistema que tem a assistência a saúde como produto.
          Neste caso os pacientes estariam muito melhor assistidos se fossem vistos como meros consumidores. A hipocrisia de manter o serviço de saúde como algo sagrado, só serve para o controle social e mais nada.
                   


       

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Variabilidade da frequência cardíaca

      PUBMED  onde todos médicos recorrem em busca das referências da literatura, apresenta 6.349 publicações, quando é solicitada a busca por HRV ( heart rate variability ). Destas, em torno de 90% referem se variabilidade da frequência cardíaca. 
      Encontramos trabalhos muito interessantes sobre estados alterados, que precedem o aparecimento das doenças. E há referência às condições inflamatórias, doenças cardiovasculares, distúrbios endócrinos, gastrointestinais, respiratórios, urinários, psiquiátricos, etc. Também há relação com o câncer.
      Em outras palavras, a disautonomia parece preceder a quase totalidade das doenças. Se isso for confirmado, essa condição deverá ser descoberta o mais precoce possível, para evitar que as pessoa fiquem doentes. Isso poderá ser feito com aplicativos dos celulares.  
       Deve também existir concomitante, um mal estar psicológico, como estados depressivos e distúrbios de ansiedade, dentre outros. Estados de fadiga crônica, intolerância ao exercício, dores, diaforese, etc também estarão presentes.
     O estado disautonômico pode ser combatido com atitudes relacionadas ao estilo de vida, as chamadas medidas higiênico dietéticas e mudanças de hábitos. Já temos publicações que demonstram isso como no último Lancet em relação a doença inflamatória conhecida como gota. Outras tantas virão.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Refazendo as contas.

       É interessante observar, que ao contrário do que circulou recentemente nos meios de comunicação, os EUA diminuem a relação de médicos e leitos por habitantes. Inicialmente a interpretação seria que a população ficaria desassistida. Não funciona assim.
                Com o grande desenvolvimento tecnológico, cada vez mais a comunicação entre os pacientes e médicos vem sendo feita por mecanismos conhecidos de todos como messenger,  WhatsApp, Twitter, email, etc. Assim diminui muito a nessecidade de consultas presenciais, com filas desgastastes e infectantes. Devices que monitoram sinais vitais facilitam interpretações remotas, que naturalmente são um capítulo a parte.
                E ainda, com as novas tecnologias, o acesso remoto de pacientes com cuidados em domicílio pode ser viabilizado, permitindo ajustes de drogas, revisão de metas, orientações aos cuidadores e familiares, etc.
                  Não está escrito em nenhum lugar que a relação do número de médicos/população significa uma melhor qualidade da saúde. Que o modelo presencial convencional é a melhor solução para demandas crescentes, jamais experimentadas. Que tal quebrarmos paradigmas e colocar a tecnologia a serviço de todos ?
                  

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

A sociedade define o tipo de médico

      "Que elas descubram o tipo de médico que o sistema delas vai produzir. Que descubram, nas salas de operação e nas enfermarias, que não é seguro confiar suas vidas às mãos de um homem cuja vida elas sufocaram. Não é seguro se ele é o tipo de homem que se ressente disso – e é menos seguro ainda se ele é o tipo de homem que não se ressente."
        Ayn Rand foi um autora russa radicada nos EUA, que traduziu os riscos ao proletarizar o trabalho médico. Hoje mais atual que nunca. As pessoas não gostam muito de discutir isso, nem mesmo os médicos. Agem como se fosse uma situação sem saída. Difícil alguém assumir que ter diversos empregos significa não dedicar a nenhum, além de ser altamente insalubre, por privar o médico de compromissos normais necessários a qualquer ser humano, que quer ter saúde. Ou seja, dormir bem, fazer exercícios físicos, comer corretamente, relaxar com a família, etc.
       Mas não dá mais para continuar. Ter mais que um emprego significa que não se dedica a nenhum deles, já que a idéia é se poupar, pois nunca se sabe o que virá na próxima jornada. Dizer que não se cança fisicamente não engana mais ninguém. Com certeza os mais jovens resistem mais, mas vai ser só uma questão de tempo. 
        A autora não se refere aos horários, tiraram muitas coisas dos médicos, dentre elas o prestígio, a auto estima (mais médicos) muitas coisas que não se deve tirar de quem tem o ofício de cuidar. Isso faz parte do contexto da crise atual e tem que ser modificado para tentar resolvê la.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Reação química.

           É apenas reação química. E elétrica. Os omics permitiram o estudo molecular dos aminoácidos e proteínas pela espectrometria de massa e agora temos muita coisa mapeada. Sobre o genoma, alterações agudas e de longo prazo vão talhando e remodelando tais reações. Sob este ponto de vista fica meio difícil aceitar livre arbítrio, sugere mais remodelamentos aleatórios, no entanto a opção de civilidade, mediada por ato de gentileza, esconde elos ainda não decifrados.
           Muito interessante, quando nos referimos ao stress pós traumático e observamos a alteração da resposta elétrica e química. Passando naturalmente pela alteração epigenética, com resultantes agudas e crônicas. Não compreendemos ainda porque há uma acetilação da cadeia de DNA e como isso ocorre de maneira tão precisa.
         A grande notícia é que o estilo de vida pode determinar ou recuperar, digo hábitos não só previnem a doença, como tratam. Desta forma, mesmo não entendo o porquê, sabemos como não ficar doentes. Basta assumirmos todos os remodelamentos.
            
            

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Inovação

       É um evento com um caráter disruptivo. Segue uma intervenção com progressão exponencial. Em contraposição as mudanças lineares são incrementais, alteram gradativamente, sem causar stress.
         São duas formas de inovação diferentes. A primeira é revolucionária. É induzida  por contexto de insatisfação geral, quebra paradigmas e ambiciona resultados nunca antes encontrados. A segunda reflete a evolução que sempre houve. É muito presa a referenciais históricos, mas mesmo significando uma melhora, pode não ter impacto algum devido às características dinâmicas das demandas.
          Sob o ponto de vista da saúde e em virtude da quantidade de pesquisas convencionais, que não vislumbram a grande mudança, presos aos cânones acadêmicos. Que tal partirmos para o raciocínio "fora da caixa" ?

domingo, 19 de janeiro de 2014

Ganhos.

    Vem de uma família muito humilde. Não teve acesso a educação e por isso teve toda sorte de doenças, chamadas antigamente de doenças comuns da infância. Já adulto,  cronicamente inflamado, desenvolveu  uma patologia rara. Ganhou fama, as portas se abriram. No hospital teve diversas reuniões com a assistente social, psicologia, foaudiologia, farmacêutico, etc. Conseguiu uma aposentadoria.
        Descobriu então que a doença lhe favorecia. Agora sim era um cidadão. Tinha direitos,  inclusive de comprar carro mais barato. Cobrava acessos, que antes lhe eram negados e agora conseguia. Paradoxalmente, a sua vida era melhor. Tinha dores e períodos de descompensação, mas entre esses, vivia a melhor fase da sua vida.
           Um dia passeando por uma praça, percebeu um pregador e se aproximou. Ouviu que o reino dos céus pertence aos pobres, pecadores e enfermos. Balançou a cabeça e concordou sinceramente.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Põe na conta do médico.

     A criança foi concebida em uma condição desfavorável, os pais nunca tinham ouvido falar que um filho deveria ser um projeto de vida. A mesma carência determinou um relacionamento conturbado entre os pais, violência, um pré natal irregular, álcool e tabaco. O parto, no serviço público, foi uma correria. No início com a criança era muita festa, mas passou rápido. Houve conquistas, mas veio muita responsabilidade também. As vacinas atrasaram, a puericultura foi errática, não entendiam bem para que isso tudo. Um grande problema foi na primeira pneumonia, só conseguiram internação num hospital muito longe e por influência de um político.
       Quis o destino, ou estava escrito, mas a catástrofe aconteceu. Moravam em uma região muito perigosa, onde carros apostavam corridas todas as noites, em uma delas a criança foi atropelada. Na emergência foi percebido uma desmotivação na equipe e logo souberam, que estava desfalcada do cirurgião, embora nada pudesse ser feito.
       Daí surgiu a imprensa, ganharam notoriedade e reforço em cobrar pela falta do médico. Muitas promessas foram feitas, dentre elas a jornalista que abria o noticiário todo dia dizendo, a criança que morreu, porque não tinha cirurgião...
     Uma história longa de uma sociedade que exclui seus cidadãos da forma mais perversa, que é negando educação. E na hora de um apelo comovente, despeja todas as acões negativas que toda a sociedade promoveu na conta de quem pega só as consequências.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Variabilidade RR.

     Em Boston, na catástrofe das bombas na Maratona, abril de 2013, foi feito um estudo para verificar a correspondência entre a gravidade das vítimas e o comportamento automômico, medido pela variabilidade RR. Existem muitos trabalhos que mostram que os pacientes muitas vezes possuem os sinais vitais estáveis baseados em uma reserva, que vai se esgotar. Os distúrbios autonômicos seriam os marcadores destes pacientes. O resultado confirmou a hipótese. As criticas se referem ao tamanho da amostra, principalmente. 
          Estas avaliações devem ser incorporadas pelas Unidades de Terapia Intensiva em pouco tempo. Existe um projeto em desenvolvimento pela Neurocritical Care Society com objetivo de implementar uma monitorização multimodal mais avançada, que irá contar com softwares de computação cognitiva, big data, etc quebrando paradigmas atuais e lançando tecnologias exponenciais.
           Quem se interessar, pode acessar o trabalho em www.jccjournal.org. Journal of Critical Care 28 (2013) 1109.e1-1109.e4.
           
               

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Para que Ego ?

      Matar o ego. Isso não é novo, tem na bíblia e em muitos outros livros religiosos. Mas toma uma dimensão muito maior nos dias de hoje, pelo fato de termos chegado a uma sociedade iconoclasta.  O ser humano vale pelo que ele significa política e finaceiramente. Acredita se num diferencial, que ninguém sabe exatamente de onde veio. Antigamente era claramente familiar, mas hoje não é mais.
      A leitura do mundo hoje é pródiga. Estamos diante do grande milionário, falido. Do grande lutador, derrotado e quebrado. Da família dona do estado, desmascarada. Do governador, que não consegue governar mais nada. E outros tantos exemplos que corroboram para o impulso de fazermos alguma coisa mais importante do que insuflar o ego.
    Assim também funciona no microcosmo. Todos somos importantes na sociedade em rede, igualmente importantes. Filogeneticamente reforçar o ego talvez tenha tido importância em uma fase evolutiva, mas já não tem o menor significado, pelo contrário.
         Viva mais, com mais saúde e mais feliz. Gaste um período diário esquecendo o seu ego. Ponha um homem simples e com muita compaixão no lugar. Você não vai se arrepender.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Monte o seu kit.

              Procure na internet algum aplicativo que verifique o seu grau de stress. Deve ser um, que se utilize da variabilidade da freqüência cardíaca. Estes softwares na sua grande maioria funcionam com um modelo matemático patenteado, chamado heartmath, que calcula a coerência da variabilidade da frequência cardíaca. Embora não seja aberto, é validado para identificação de estados disautonômicos. 
            Depois adquira na própria internet , ou em livrarias, games que reconhecem características psiquiátricas compatíveis com as diversas alterações como depressão, ansiedade, fobias, pânico, etc.
               Existe uma empresa norteamericana, que faz avaliações dos telômeros, além de outras tantas avaliações epigenéticas compatíveis com alterações secundárias ao trauma, ou carga traumática, mas neste caso, não existem critérios ainda bem definidos que possam ser aplicados para traçar um perfil específico. 
               De posse disso, pode se iniciar a coleta de dados e tentar desenhar o próprio perfil. Definir como são as reações diante das demandas e ameaças. Não existe um ábaco que demostre uma correlação direta e suas interferências, mas deslocar os dados para as  faixas ditas normais, com certeza é um passo em favor da saúde.
                

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Arte!

         Sujeito verbo e predicado, mas isto é totalmente linear . Eu preciso me expressar em infinitas direções, com infinitas referências, mas a estrutura da escrita e do discurso oral simples não comporta isso. Por isso desenvolveu se mais uma ferramenta, como o homem vem fazendo há milhares de anos, uma ferramenta que expande os sentidos, que expande as habilidades. Um pedra presa a um cabo foi suficiente, no início, mas hoje, é um computador interligado com todos os computadores, portátil, que pode ser manipulado na maioria das situações, que pode ver, ouvir, falar, registrar, etc.
        Quando nos queixamos das novas gerações estamos reproduzindo o que um dia fizeram conosco. Quando afirmamos que há uma crise de formação estamos apenas dizendo que as novas gerações não estão interessadas em reproduzir o que preparamos para elas. Que bom que seja assim, pois estamos em crise. E quem é que vai querer se responsabilizar por uma crise que é nossa e não deles?
            É fantástico assistir pessoas que conseguem conversar conosco e com tantas outras ao mesmo tempo. Isso era falta de educação, hoje não. Finalmente o cartesiano ficou para trás, mas não por determinação e sim pela limitação do método. A ciência hoje é arte!

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Educação

     No século XVI, após o advento da reforma, o católico passou a ler a bíblia e o mundo mudou. Até então, acreditava se que a leitura deveria ficar restrita aos clérigos e o povo tinha que ouvir a versão que lhe fosse apresentada e aceitar. Como toda postura da elite, mais uma vez o povo é excluído e pior, recebendo a classificação de incompetente.
      Existe, não de forma muito explícita, a mesma estrutura em relação ao conhecimento médico. E isso não pode continuar. Toda a literatura médica deve estar disponível e todos devem ser incentivados a estudá la. Os eventuais problemas, na verdade vão diminuir, pois a população já faz críticas às atitudes médicas sem o menor conhecimento, portanto ler só vai ajudar.
       A proposta para a medicina do século XXI é muito mais ambiciosa  e a idéia é que a disciplina saúde seja obrigatória em todas as escolas e desde cedo, para que as crianças sejam sabedoras de como o organismo funciona e o que faz mal e o que faz bem. Com certeza isso encontra oposição política radical, haja visto que a saúde, como explicou Foucault, é mecanismo de controle social. Devolvê lá ao povo, significa abrir mão de um capital eleitoreiro muito significativo. 
         Mas não tem volta. A economia do conhecimento pressupõe o autoconhecimento e o controle de tudo que pode fazer mal a saúde.

domingo, 12 de janeiro de 2014

A Sociedade Em Rede

    
           O que é realidade? Plugado na rede social, trocando amabilidades e informações, ao mesmo tempo verificar uns lindos quadros da última exposição de uma pequena galeria em Paris e finalizar a leitura da entrevista do Foucault, quando esteve no Brasil em 1975?
          Tocou o telefone, caiu a internet e ele atendeu. Era o mecânico dizendo que não adiantava ir buscar o carro, porque o seguro não liberou a compra da peça. Assim, ele se viu terça feira às 15:45 h em um ponto de ônibus em Bangu, com o sol de rachar, temperatura de 41 graus.
            O que seria mais alienado? Ficar up to date com as artes, os grandes pensadores e os amigos das redes sociais, em contraste com os compromissos prosaicos com as suas estruturas rudimentares em clima literalmente hostil ?
             O dia a dia inóspito, nos convida a qualquer manobra absenteísta. Mas não é só isso. O acesso ao conhecimento globalizado abre expectativas de uma vida menos provinciana. Sepulta a depressão.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Dee Ai Uai.

       Do it yourself. É isso que é esperado de todos nós daqui prá frente. Chega de ter pessoas contratadas que ficam responsáveis por tarefas que não estamos dispostos a realizar. Isso já acontece nos países mais avançados, onde não se consegue mais contratar empregados domésticos, por exemplo.
        Três palavrinhas mágicas que vão mudar a nossa vida. Faça você mesmo. Pare, pegue seu smartphone e monitorize se. Veja a sua frequência cardiíaca e analise, pela variabilidade RR se você está disautonômico. Anote a hora, o ambiente, a atividade, a temperatura, tudo. Entenda como funciona no decorrer do dia. Registrar intercorrências como pequenos conflitos pessoais, cefaléia, dor lombar etc.
           Todas essas informações vão para análise em um software preparado para "big data".  Aí virão uma série de informações no sentido de ajustar os hábitos e o comportamento, de tal forma que haja ganhos na saúde como um todo. Estes resultados podem e devem ser questionados. Virão sempre com literatura técnica que suporte os aconselhamentos. As sugestões sofrerão os ajustes pessoais e novas coletas de dados registrarão as evoluções.
             É a forma de nos conhecermos melhor, entender como nosso organismo funciona e termos autonomia em todas as fases da vida, para evitar que fiquemos doentes. Caso fiquemos doentes, vamos partir de uma condição muito melhor e cientes de tudo. Isso nos dá empoderamento, autonomia e nos deixa menos nas mãos dos serviços de saúde.

         
         
         
    

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Centro Médico Medicalocêntrico

   Medicalocêntrica. Talvez essa palavra não exista, mas traduz muito bem a idéia de uma medicina, cujo objetivo principal foi atender o paciente, mas deteriorou e terminou se especializando em satisfazer o ego do médico. E essa queda vertiginosa no status atual do médico confirma a fragilidade teórica e prática dessa condição. Ou seja, não há o que suporte este suposto gap de informação, a não ser benefícios financeiros e pseudo hierárquicos (políticos, acadêmicos, institucionais e até mesmo populares).
     Dessa forma, os médicos com a intenção de se destacarem nas diversas áreas, criam um ambiente competitivo, anacrônico, que é totalmente desacreditado por eles próprios, mas quis o destino que isso exacerbasse junto com a explosão da disseminação do conhecimento, transformando o descrédito em sentimento universal.
     Neste contexto não há culpa, nem culpados. Há sim o desmoronamento de uma instituição, que sobreviveu por um longo período de trevas, mas que desaba espetacularmente, por total inconsistência. E esse período de crise expõe sofrimento natural, mas aponta um futuro iluminado em que agora sim vamos assistir paciente, família, amigos todos dançando no mesmo compasso do seus Xamãs! Vamos viver o período do empoderamento da população.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Insatisfação geral.

   Não sendo matéria comprada, ou propaganda propriamente dita, dificilmente nos deparamos com notícia sobre o atendimento na área de saúde, que seja de satisfação geral. Na verdade, geralmente encontramos o contrário, ninguém está satisfeito. E inclui o cidadão com saúde, o paciente, a família do paciente, os profissionais de saúde, os gestores e por fim os pagadores. Todos, sem exceção reclamam. Em ambos os contextos, público e privado.
    O cidadão comum, não se cansa de dizer que a saúde pública está muito ruim, mas que os planos de saúde também não são satisfatórios. O paciente do SUS se queixa por não ser atendido, por ser atendido numa consulta muito rápida, ou que não consegue marcar os exames e assim sucessivamente. Do mesmo, ele se queixa em relação aos convênios. Os familiares sempre encontram falhas no atendimento, dificilmente se dizem plenamente atendidos. O gestores das unidades reclamam dos profissionais de saúde, dos fornecedores, dos pagadores. E por último, os pagadores dizem que estão usando o sistema em excesso e que isso vai falir as instituições.
     Não há o que possa sobreviver neste cenário. Alguma coisa está muito errada e tem que ser mudada. Não é possível continuar assim. Mas, qual será a saída ?
     Para imaginar uma saída, tem que primeiro reconhecer que tem que mudar. Tem que afirmar que assim está errado.

O terceiro pilar. O sistema autonômico.

   É definido como pertencente ao sistema autonômico, tudo o que acontece no organismo, que funciona para manter o organismo equilibrado e que não temos consciência disso. Todos os mecanismos eléticos, endócrinos, humorais, etc estão envolvidos. Para estudá los, uma série de marcadores  foram definidos, dentre eles a vairabilidade da frequência cardíaca, o mais clássico, mas também a resposta do diâmetro da pupila, a impedância cutânea (sudorese), além de testes específicos, como o teste de inclinação (tilt test). 
      A análise da potência do espectro da variação da frequência cardíaca vem sendo extensivamente utilizado como um teste não invasivo para avaliar o sistema autonômico. Três componentes de espectro são definidos. O muito baixo (< 0,04 Hz), o baixo (0,04 - 0,15 Hz) e o alto (0,15 - 0,4 Hz). Um índice de equilíbrio simpato vagal é definido de divisão do espctro de baixa frequência pelo de alta frequziencia, haja visto que a alta frequência está ligada ao tônus valgal.
        Estruturas do tonco cerebral associadas a componentes do sistema límbico, como a amígdala estão envolvidas no controle da frequência cardíaca (marcapasso). Os estudos eletroneurofisiológicos demonstraram que a variabilidade da frequência crdíaca está relacionada com a atividade do córtex pré frontal, especialmente com os circuitos neurais anteriores, que também são os envolvidos na afetividade, sistema cognitivo, atenção etc. Daí a associação das alterações de comportamento, ou psiquiátricas com as alterações na variabilidade da frequência cardíaca. Assim sendo com os doentes que virão a ter hipertensão arterial, IAM, AVC, diabetes, câncer, doenças autoimunes, etc.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Alterações comportamentais (psiquiátricas).


        Este é um dos esquemas que relacionam o trauma e alteração psiquiátricas. Alterações epigenéticas virão durante o período pré natal e também após o nascimento. Muitas vezes não há síndrome completa, mas traços.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Genética - telômeros.

    Alguns sinalizadores celulares já estão bem definidos como nos controladores do cortisol sérico em fase aguda de resposta ao stress. A participação do peptídeo Y, com múltiplas funções, também na fase aguda, já foi muito estudada. Mas é o telômero que chama atenção como elemento sensível a idade e ao stress, funcionando como marcador tanto no que se refere a eventos passados, quanto em relação a perspectivas futuras (recuperação após mudança de hábitos ).
     Único segmento de DNA composto por repetição de bases (TTAGGG), localizado no final dos cromossomos, funcionam como uma capa protetora. Sua representação gráfica se compara ao final plástico do cordão de amarrar sapatos. Isso para mostrar que o tempo e o stress levam a diminuição dos telômeros, permitindo que o cromossomo se recombine ou frature, alterando a sua função.
     Diversos estudos mostraram associação entre o encurtamento dos telômeros e vários tipos de doenças cardiovasculars ( aterosclerose, infarto do miocárdio, AVC ), diabetes e câncer. Telômeros diminuídos também estão associados com doenças hepáticas e pulmonares ( infecciosas agudas como hepatite e pneumonia, ou inflamatórias crônicas como cirrose e doença pulmonar obstrutiva crônica ). Ainda há registros da mesma correlação dos pequenos telômeros e doenças inflamatórias como artrites e doença inflamatória intestinal, bem como acometimentos neurológicos tipo perdas cognitivas, demência e depressão.
      É possível perceber os outrso pilares ( comportamento e "autonomia" ) presentes nas alterações citadas, mas isso nós vamos comentar amanhã.

Trauma

     Trauma ou carga traumática é atribuído a quaisquer condições adversas, que podem gerar  resposta de fuga ou combate (estresse), que se perpetue. Ou seja, aguda ou cronicamente, já se comprovou que determinados estímulos neuronais, podem perpetuar respostas estigmatizadas. Essas respostas estão bem definidas na descrição do stress pós traumático e interferem nos três pilares, já citados. Quais sejam, alteração genética, alteração de comportamento e disautonomia.
       É mais fácil de compreender, quando ocorre na infância e são conhecidas condições traumáticas, a violência domiciliar, o abuso sexual, buling, exclusão social(origem financeira, racial, religiosa, etc), catrástofes ambientais, guerras, separeação dos pais, etc. Naturalmente que a resiliência pode ocorrer e neste caso, não há nenhuma alteraçáo dos três pilares, que possam ser identificadas como patológicas ou definidoras de alterações patológicas futuras.
        Supostamente isso pode ocorrer em qualquer fase da vida e o período de latência até o surgimento da doença propriamente dita, não foi ainda estudado. Quanto aos três pilares...

domingo, 5 de janeiro de 2014

Tweets

     Textos pequenos como tweets.
     A idéia é monitorizar a parte autonômica, através de smartphones, checando a variabilidade RR, reflexos pupilares, impedância cutânea, etc além de fazer algumas avaliações psicológicas, tentando indentificar alterações comportamentais, principalmente traços de déficit de atenção, ansiedade, pânico, depressão também por computador e por último avaliação genética, cuja o mais conhecido até agora seria a extenção dos telômeros, neste caso com testes laboratoriais.
      Esses dados devem ser postos em uma plataforma, talvez a Watson da IBM, que vai reconhecer padrão, abrindo um leque muito grande de autoconhecimento e tratamento de eventuais distúrbios.
      A grosso modo está descrito o projeto. Todo o detalhamento e a implementação estão na dependência da disponibiidade das pessoas que pretendem colaborar.
      E quato ao trauma ou carga traumática ?
   

sábado, 4 de janeiro de 2014

Porque ficamos doentes ?

    Em 2013 estivemos por duas vezes nos EUA, onde participamos do curso da Singularity University, chamado de FutureMed, que mudou de nome agora para Exponential Medicine. Nas duas vezes, tivemosva oportunidade de apresentar a parte teórica do nosso projeto.
     De forma bem resumida, sugerimos que após trauma, ou carga traumática, que geralmente ocorre na infância, mas não exclusivamente. Podemos ter dois tipos de respostas, a resiliência ou o desenvolvimento de padrões pós traumáticos, que afetam três pilares fundamentais, a genética, o comportamento e o sistema nervoso autônomo. Neste segundo tipo de resposta, caso não haja reversão, doenças cardiovasculares, autoimunes, diabetes e câncer vão aparecer. Ou talvez todas as doenças.
     Muita literatura já foi publicada desde então e vem surgindo muitas informações que enriquecem o modelo, tiram o caráter dicotômico, sugerem padrões que aumentam a complexidade, sem afastar a idéia original.
     E como isso se transforma numa idéia inovadora e quais seriam as possibilidades de empreendimentos ? O disparo já aconteceu, agora precisamos de contribuições em todos os aspectos, para viabilizar de forma gratuita,  acesso para todas as pessoas.
     Este blog foi criado para disseminação deste e de outros projetos.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

DYNA

dynainc.com, endereço de instituição que atua nos EUA em favor de pacientes muito bem definidos como síndrome POTS e Fadiga crônica. Eles tem uma série de recomendações para estes pacientes sobre condições ambientais, drogas, comidas etc que desencadeiam crises disautonômicas. Vale a pena conferir. Entendemos que estados disautonômicos ocorrem diariamente na grande maioria das pessoas, tendo efeito deletério muito claro naquelas que não conseguem reverter o quadro. Uma vez cronificado, está instalado a inflamação crônica, o envelhecimento, e o aparecimento de quadros específicos, que vão obedecer a individualidade genética. Formas elaboradas de tratamento, ou controle da disautonomia, do comportamento e da expressôes gênica são descobertos nas pesquisas. Assim, com este controle teremos menos doenças. Vamos comentar os três pilares determinantes de doença no próximo post.

Disautonomia

  Vasodilatação nasal, corisa, diaforese. Tudo isso induzido por muito calor, já que a temperatura nesta época está especialmente elevada e resolvi cozinhar. A única saída foi um banho seguido de um ambiente com ar condicionado. Melhorou muito, mas bastou retornar ao calor, que tudo retornou. Fica mais uma lição, já sabíamos que o calor fazia isso, mas negligenciamos. Como nos programar para evitar esses triggers?