terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Qual será a função do clínico?

    A complexidade é gratuita. A computação cognitiva tem como característica principal o fato do sistema aprender. Tarefas repetitivas serão quase que imediatamente substituídas pela inteligência artificial. Tarefas complexas, que podem ser decompostas em inúmeros passos repetitivos, ou de memória também serão substituídas pela IA. Essa lógica sugere que o diagnóstico e a terapêutica, bem como o acompanhamento do paciente serão melhor realizados pelos sistemas inteligentes. A pergunta a ser respondida é qual será a função do clínico? Muitos defendem que será a tradução do sistema, ou seja, caberia ao clínico explicar o que foi feito pela IA. Essa tradução é possível e talvez pertinente, mas esbarra na dependência de clínicos treinados, um profissional que poderá se extinguir em pouquíssimo tempo, ou reinventado. Uma segunda hipótese envolve uma tendência mais recente da medicina, que defende que tão importante quanto decidir tecnicamente correto é adaptar essa correição às expectativas e às características individuais, mas acessadas por meio da empatia e compaixão e não por tabelas de classificação. Talvez esteja aí, nessa convergência com as ações, já muito bem estabelecidas do corpo de enfermagem, associando à tradução, ao auxílio na compreensão dos diversos mecanismos biológicos, suas relações com o ambiente, as toxicidades, as disfunções o real valor da presença do clínico.

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